História dos Bancários
Onde
Começou
1799
A história
bancária brasileira foi impulsionada no Maranhão pelo governador
Diogo de Souza, com a tentativa fracassada de criação de um banco
com espírito nacional.
1808
A
transferência da Coroa Portuguesa ao Brasil faz aumentar a
circulação da moeda. No mesmo ano é criado o Banco do Brasil.
1907
Com o início
da industrialização, os trabalhadores começam a buscar meios de
defesa frente aos patrões. Nasce a primeira grande organização, de
socorro mútuo, a Sociedade Beneficente dos Funcionários da Caixa
Econômica de São Paulo.
Anos 20
1923
São
aprovados os estatutos da Associação dos Funcionários de Bancos do
Estado de São Paulo
Anos 30
1930
Getúlio
Vargas executa o golpe de Estado. Fecha o Congresso Nacional e nomeia
interventores nos estados. A Associação dos Bancários em São
Paulo ganha força.
1932
Surge a
primeira grande greve da categoria no Banco do Estado de São Paulo
reivindicando, entre outras coisas, duas horas livres para almoço e
pagamento das horas extras noturnas.
1934
As entidades
de classe passam a ser chamadas de sindicatos. O setor de serviços
se fortalece e os bancários deflagram greve nacional, por
estabilidade no emprego, aposentadoria aos 30 anos de serviço ou nos
50 de idade e criação de uma Caixa Única de Aposentadorias e
Pensões dos Bancários. No mesmo ano, Vargas promulga o Decreto Lei
24.694, que liqüida a autonomia sindical.
1937
O governo
fecha o Congresso e instaura o Estado Novo. Vargas passa a legislar
por decretos-leis. Mesmo assim, os bancários lutam por direitos já
adquiridos, como a jornada de seis horas.
1939
Ocorre o 1º
Congresso Nacional dos Bancários, em Recife. A categoria quer
reajuste salarial e redução de juros.
Anos 40
1943
Surge a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Em agosto, o Brasil
declara guerra à Alemanha e Itália. Os setores comunistas que atuam
na categoria sabem aproveitar o espaço. Começam a ser criados os
Centros Democráticos de Trabalhadores, pedindo o fim da guerra.
1946
Após a
eleição de Eurico Gaspar Dutra (PSD) para a Presidência da
República, estouram várias greves e os bancários fundam as uniões
sindicais municipais. A questão do salário mínimo profissional
está em todas as pautas. Depois de 19 dias de greve, os bancários
conquistam aumento salarial e retomada das negociações. Em março,
é legitimada a Lei de Greve.
1949
Partidos
rearticulam a volta de Vargas ao poder. É criada a UBESP (União dos
Bancários do Estado de São Paulo), que reorganiza o movimento
sindical. No mesmo ano, os sindicatos são autorizados a fazer
eleições.
Anos 50
1957
A categoria
garante as seis horas semanais corridas e aposentadoria por tempo de
serviço.
Anos 60
1962
Movimentos
grevistas pipocam pelo país, com a participação ativa de bancários
paulistas, que pedem gratificações prometidas e o fim dos 30
minutos a mais para compensar o expediente dos sábados, agora
extintos. A categoria em prática as grevilhas, paralisações
surpresa de cinco minutos por agência. Assustados, clientes correm
aos saques.
1964
No poder, os
militares cassam parlamentares e sindicatos. Confederações de
trabalhadores sofrem intervenção. A ditadura determina acordos
anuais às categorias, impedindo a livre negociação entre patrões
e empregados. Em dezembro, o Banco do Brasil perde poder, com a
criação do Banco Central.
1966
O governo
militar institui o FGTS, em lugar da estabilidade no emprego, e
unifica os fundos de previdência. O IAPB (Instituto de
Aposentadorias e Pensões dos Bancários) acaba extinto.
1968
Os militares
fecham o cerco com a decretação do AI-5. Lideranças políticas e
sindicais são presas e várias, assassinadas.
Anos 70
1970
Surge o
Milagre Brasileiro, com aumento do PIB e mais concentração de
riqueza. A sociedade civil passa a reivindicar maior participação
política.
1977
Os bancários
começam a organizar-se novamente. Nasce a oposição bancária no
Sindicato dos Bancários de São Paulo.
1979
Em março,
toma posse nova diretoria no Sindicato dos Bancário de São Paulo,
encabeçada por Augusto Campos. O sindicato passa a acompanhar temas
nacionais como anistia, eleições diretas e Constituinte.
Anos 80
1983
Arrocho e
desemprego levam os trabalhadores de todo o país a deflagrarem greve
geral de 24 horas. Como resposta, o governo militar intervém em
diversos sindicatos e determina a cassação de lideranças
sindicais. Paralelamente, nasce a Central Única dos Trabalhadores,
representando a ruptura do sindicalismo corporativista e atomizado.
1984
Todo o país
se mobiliza em torno da campanha pelas Diretas já.
1985
A Nova
República começa com defeitos graves e inflação ascendente.
Intensifica-se a reivindicação por reforma agrária. Os bancários
defendem, a exemplo de outras categorias, o reajuste trimestral.
1986
Plano Cruzado
resulta em demissões de milhares de bancários e fechamento de
centenas de agências bancárias.
1989
Em meio à
efervência política que antecedeu a volta das eleições diretas e
o início da reestruturação produtiva no universo do trabalho,
nasce a FETEC/CUT-SP
Anos 90
1990
Eleição
histórica no Sindicato dos Bancários de São Paulo, com disputa
entre duas chapas cutistas. paulista. Neste ano, os bancários
conquistam afastamento da Justiça do Trabalho nas negociações nos
bancos privados, a manutenção da unificação dos pisos e a
formação de comissões de segurança bancária.
1992
Nasce a
Confederação Nacional dos Bancários da CUT. No mesmo ano do
impeachment de Collor, é assinado um acordo único para os bancários
de todo o país.
1994
Em fevereiro,
o então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, que
posteriormente se elege presidente, anuncia a conversão dos salários
pela média dos últimos quatro meses. Com os preços no pico, os
bancários realizam uma greve contra a Medida Provisória que
aprovaria o plano econômico FHC-2, o sétimo plano num período de
oito anos.
1995
Têm início
as fusões/incorporações de bancos, com conseqüências desastrosas
para o emprego bancário.
1998
FHC se
reelege mantendo por mais quatro anos sua política neoliberal
1999
Ocorre a 1ª
Conferencia Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
Século 21
2000
Depois de
intensa resistência do movimento sindical, governo do Estado de SP
concretiza a privatização do Banespa
2002
52 milhões
de brasileiros elegem Luiz Inácio Lula da Silva como o 39º
presidente do Brasil.
2003
Funcionários
dos bancos federais deflagram greves, na tentativa de resgatar o
valor perdido durante oito anos de governo FHC
2004
Bancários
consolidam a campanha nacional unificada da categoria com assinatura
do pré-acordo pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Postado por Cleber Vieira